terça-feira, 22 de julho de 2014

# Resenha 1 - DIGA AOS LOBOS QUE ESTOU EM CASA

Título: Diga aos lobos que estou em casa
Editora: Novo Conceito
Ano de publicação: 2014
Número de páginas: 459
Onde comprar? SaraivaSubmarino
Sinopse: “1987. Só existe uma pessoa no mundo inteiro que compreende June Elbus, de 14 anos. Essa pessoa é o seu tio, o renomado pintor Finn Weiss. Tímida na escola, vivendo uma relação distante com a irmã mais velha, June só se sente “ela mesma” na companhia de Finn; ele é seu padrinho, seu confidente e seu melhor amigo. Quando o tio morre precocemente de uma doença sobre a qual a mãe de June prefere não falar, o mundo da garota desaba. Porém, a morte de Finn traz uma surpresa para a vida de June – alguém que a ajudará a curar a sua dor e a reavaliar o que ela pensa saber sobre Finn, sobre sua família e sobre si mesma. No funeral, June observa um homem desconhecido que não tem coragem de se juntar aos familiares de Finn. Dias depois, ela recebe um pacote pelo correio. Dentro dele há um lindo bule que pertenceu a seu tio e um bilhete de Toby, o homem que apareceu no funeral, pedindo uma oportunidade para encontrá-la. À medida que os dois se aproximam, June descobre que não é a única que tem saudades de Finn. Se ela conseguir confiar realmente no inesperado novo amigo, ele poderá se tornar a pessoa mais importante do mundo para June.”

Nota: ★★★★★

***

Recebi uma pequena pilha de livros recentemente e já li todos. Dentre eles, "Diga aos lobos que estou em casa", escrito por Carol Rifka Brunt, que ganhou o prêmio Alex da Young Library Services Association como melhor livro do ano. Posso dizer (que particularmente) foi uma das minhas melhores leituras do ano de 2014, e que eu (como mera mortal) também ganhei um grande prêmio ao encontrá-lo entre outras centenas de livros. Vejam só, eu não sei bem se seria a mesma pessoa caso não tivesse tido a oportunidade de esbarrar com esse livro por aí. É o que costumo pensar sempre que adquiro um novo livro: "como eu seria se não o tivesse encontrado?". Vocês não? 

"Diga aos lobos que estou em casa" é um livro relativamente grande, e parecendo ou não clichê, se você abri-lo terá um pequeno questionamento interpessoal sobre qual é a hora certa de fechá-lo.



O livro se passa em 1982 e é narrado por June, uma pré-adolescente de 14 anos. É uma garotinha que considera estar na época errada, sonha em ser falcoeira, usa botas e ama fingir ser da era medieval. June é apaixonada por seu tio e padrinho, um pintor chamado Finn, que mora em Nova York. Essa paixão, ou essa possível admiração, é o que conduz toda a estória. É dela que brotam outras estórias anexadas a estória principal. Estórias melhoradas, mais abrangentes. Eles possuem uma amizade bonita, e seria fatídico dizer que (considerando o livro como um todo), ela deveria mesmo se apaixonar pelo tio. Por mais errado que isso pareça. 

Existe também Greta. Greta é a irmã mais velha de June. Uma personagem bem construída, fatídica, hermética, misteriosa e incrivelmente inteligente. June e Greta eram melhores amigas, até que Finn apareceu com a sua postura, frases bonitas, e abraços sinceros - e a amizade que ambas construíram, morre em doses homeopáticas, de pouquinho em pouquinho, até que o tudo vira nada. 
Mas fim morre - e não, eu não estou soltando o spoiler. Você sabe que Finn vai morrer logo no primeiro capítulo, já que a revolução do tratamento contra AIDS só inicia-se em 1990. No decorrer da estória, um novo personagem, chamado Toby aparece. Ele é o "amigo especial de Finn". E é com esse personagem que June descobre que pode ter Finn de volta, mesmo que seja a parte que está intrínseca em Toby. Mesmo que seja um traço quase transparente, quase inacabado, quase inexistente. 

É um livro que recomendo. É um livro ação-e-reação. É um livro de amor-incubado-não-correspondido-da-forma-esperada. E vocês sabem, quando se ama alguém (e esse amor é maior do que você mesmo), isso precisa transbordar de alguma forma. Mesmo que seja para outro alguém. 

Até a próxima,
Clara.

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